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Ainda bem que o tempo passa


           
Tim Maia morreu em 15 de março de 1998. Lá se foram 14 anos... No dia em que ele morreu, eu estava trabalhando na redação do Correio Braziliense quando houve comoção geral dos jornalistas. “Eu nem gostava assim tanto dele”, lembro de ter dito. Paulo Paniago, jornalista na do Caderno de Cultura, devolveu educadamente: “Mas ele tinha um vozeirão!” Não sei por que gravei na memória esse diálogo, mas neste último sábado, 3 de março, recordei-me dele ao assistir ao musical biográfico sobre Tim Maia, no Centro de Convenções.
Saí de lá maravilhada e arrependida. Como a gente ignora tanto da história da música do nosso país?  E, hoje, data do aniversário de 125 anos do nascimento de Villa-Lobos, é um dia para refletir de como é importante a educação musical. Villa-Lobos, que tem um busto em frente ao Ministério da Educação (MEC), foi um dos primeiros a defender o ensino da música nas escolas públicas. Só isso basta para justificar um busto dele ali. E já me perguntaram sobre isso. Enfim, mais uma prova da santa ignorância musical de todos nós, brasileiros.




            Tim Maia era um desregrado, caçula de uma família pobre do Rio de Janeiro. Era daqueles que taxaríamos “sem futuro”. Mas Tim tinha o apoio da família e era dono de talento e duas qualidades raras:  coragem e sensibilidade para a vida. Aos 17 anos, doze dólares no bolso, foi buscar novidades musicais nos Estados Unidos. Teve contato com a música negra e, ao voltar (deportado) para o Brasil trouxe a influência “soul”.
            Antes, porém, em 1957, aos 15 anos, ele criou um grupo The Sputniks, pegando carona no satélite russo enviado ao espaço para pesquisar os efeitos da falta de gravidade nos organismos vivos. Era os preparativos finais para a primeira viagem do homem à lua. Pois o que eu não sabia, nem os cinco adultos viajados e graduados que estavam comigo, era que Roberto Carlos fazia parte do grupo. Aliás, ao voltar para o Brasil, Tim acabou compondo uma música que fez sucesso ao ser cantada pelo Rei: “Não vou ficar”, de 1969. Ah, ano em que o homem finalmente chegou à lua. Curtam!





O sucesso de Tim Maia só viria mais tarde. E como deixou falar "a voz do coração", suas músicas tornaram-se eternas. Há 14 anos, eu não sabia disso... O que dizer? Ainda bem que o tempo passa! 









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