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Segunda miscigenação

Imagem Google
Já tinha pensado nessa miscigenação antes, mas o tema voltou a inquietar-me ao ler nesse fim de semana Nihonjin, de Oscar Nakasato. O brasileiro resulta de uma mistura de gente, nossos índios nativos, os africanos e os europeus, a começar pelos portugueses. Mas o livro fala dos japoneses, que vieram para o Brasil trabalhar nas plantações de café no período da Segunda Guerra Mundial. 

Neto de imigrantes japoneses, Nakasato narra com propriedade da dificuldade de adaptação desse povo ao Brasil, dos preconceitos que sofreram, das saudades e do amor ao Japão, do esforço por manter em terra estrangeira a cultura deles. Os primeiros não queriam a miscigenação, mas com o tempo, a chegada dos filhos e netos, misturariam-se naturalmente aos brasileiros. E, assim, nossa nação seguiu ainda mais puramente miscigenada. Ser brasileiro é, portanto, ser um pouco de cada um do mundo. 

Mas a minha inquietação é que na década de 1960, o Brasil viveu uma segunda miscigenação com a construção de Brasília. Brasileiros já miscigenados das nossas cinco regiões e novos imigrantes, inclusive os japoneses, vieram povoar o Planalto Central. Os orientais foram cultivar hortaliças e flores na faixa verde que contornava o Plano Piloto. 

Uma segunda saga histórica. Pena que parte dessas colônias agrícolas, terras públicas arrendadas pelo governo, renderam-se à especulação imobiliária. Foram fatiadas e transformaram-se em condomínios residenciais para a classe média.

2 comentários:

  1. Neste mundo, voce paga um preço todos os dias. As vezes gasta tudo o que tem....


    abç

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  2. Interessante, Rovênia, nossa cidade também ter de alguma forma agitado esse mix que é nossa miscigenação cultural e genética. Confesso que ainda não tinha me dado conta disso.

    Ótima semana para você!

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